Em abril de 2024, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz/RJ, com apoio da Unitaid, deu mais um passo importante no combate às hepatites virais, alinhando-se aos esforços do Ministério da Saúde, com o lançamento do estudo Hepatite: Quem Ama Cuida, desenvolvido no âmbito do projeto ImPrEP CAB Brasil (www.hepatitequemamacuida.org.br).
O estudo se dedica à oferta gratuita de autotestes de hepatite C para a população LGBTI+ da região metropolitana do Rio de Janeiro que pode, inclusive, receber os kits para testagem de saliva ou sangue na ponta do dedo em casa pelo correio.
Dando sequência à estratégia de combate às hepatites virais, o INI/Fiocruz iniciou, em julho de 2024, um estudo complementar ao projeto original Hepatite: Quem Ama Cuida, direcionado aos usuários da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, do SUS, no esquema oral, inscritos para retirar seus medicamentos na sede do instituto.
Intitulado “Usabilidade do autoteste de hepatite C entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres trans em uso da PrEP”, o estudo complementar tem como objetivo principal investigar a proporção de pessoas que realizam corretamente os dois autotestes, com kits a partir de amostras de sangue de ponta de dedo e de saliva, sem necessidade de assistência, mas com acompanhamento de um profissional de saúde.
“Logo após a realização dos dois autotestes pelos voluntários, uma enfermeira repete os procedimentos visando comparar os resultados e, em caso de discordância entre os resultados, é feita uma nova testagem. Se algum teste der positivo, a pessoa faz, ainda, um exame de sangue para confirmar a presença da hepatite C (carga viral HCV-RNA). No caso de ser, de fato, positivo para o vírus a pessoa é encaminhada para o tratamento gratuito no próprio INI/Fiocruz”, esclarece Hugo Perazzo, pesquisador principal dos dois estudos.
Segundo o hepatologista, o estudo complementar também pretende, entre outros objetivos secundários, conhecer as características sociodemográficas dessas duas populações, a proporção de pessoas que relataram corretamente os resultados obtidos, a preferência por testes de saliva ou de sangue, a prevalência de anticorpos reagentes detectados pelo autoteste em HSH e mulheres trans no Rio de Janeiro, bem como a proporção dos voluntários com resultado positivo que iniciaram o tratamento. O estudo incluirá 250 voluntários.”Acreditamos que esses dois estudos trarão informações e subsídios científicos importantes para a tomada de decisões estratégicas visando à ampliação das ações de combate às hepatites virais, bem como das atividades de prevenção combinada na busca por uma saúde com mais qualidade e cuidados”, conclui Hugo.